Atualmente, quando falamos sobre marketing e publicidade, o assunto diversidade logo entra em pauta. Com o avanço dos movimentos sociais que buscam representatividade, não é de se espantar que as pessoas busquem, cada vez mais, consumir produtos e serviços de marcas com as quais se identifiquem.
Por conta do marketing 4.0, a comunicação passou a ser centrada nos consumidores e, diante desse cenário, a pluralidade de pessoas que existem no mundo se tornou uma pauta de extrema importância para o sucesso das empresas. Mas isso não significa que, atualmente, todas as marcas prezem por isso.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Qualibest, apenas 24% dos consumidores entrevistados afirmam conhecer uma marca que fale sobre diversidade. Entre esses, apenas 3% disseram se sentir completamente representados, enquanto a maioria (57%) afirmou que se sente muito pouco ou nada representada pela comunicação das empresas.
O que é representatividade?
Antes de falarmos sobre a importância da representatividade, precisamos falar sobre o que ela significa.
Em termos simples, representatividade é a inclusão de um grupo social em um espaço, uma pauta ou uma causa, retratando-o por meio de uma figura pertencente. Esse movimento existe com o objetivo de reforçar a ideia de que todas as pessoas, por mais diferentes que sejam por fora, são iguais.
Reforçar a representatividade significa incluir os grupos minoritários na sociedade, ajudando-os a se sentirem parte da comunidade em que vivemos.
A importância da representatividade no marketing
Hoje, ações de marketing são pensadas (ou, pelo menos, deveriam ser) com o objetivo de criar conexões com o público, construir um relacionamento, gerar confiança e, só depois, vender um produto ou serviço.
Por isso, trabalhar a representatividade em campanhas se torna essencial para que grupos considerados minorias se sintam abraçados pela sua marca favorita, criando uma conexão verdadeira, construída na base da empatia.
Contudo, é preciso tomar um cuidado especial: campanhas de marketing devem sempre estar alinhadas aos valores da sua empresa. Utilizar causas sociais apenas como um gatilho para vender mais pode ter um efeito negativo na sua marca.
Se a sua marca não possui uma postura de combate ao preconceito e de inclusão da diversidade, utilizar causas sociais para promover um produto ou serviço pode ser considerado uma ação de pink-money, que consiste no uso indevido de pautas sociais e de integração apenas para vender, sem o intuito de abraçar as causas ou trazer uma representatividade legítima.
Minorias têm um grande potencial de mercado
Como já mencionado acima, hoje, o marketing é voltado para pessoas.
Quem adquire seus produtos e serviços são seres humanos diversos, que pertencem a grupos sociais diferentes e que, muitas vezes, são excluídos das grandes tendências por não fazerem parte do “tradicional”, quase sempre sendo vítimas de violência verbal e física.
Trabalhando a diversidade no posicionamento e na comunicação da sua marca, você abre um leque de novas oportunidades, trazendo para perto mais pessoas dispostas a pagar pelos seus produtos ou serviços.
É bom lembrar que as chamadas “minorias” assim o são em direitos, mas não em quantidade de pessoas, portanto, as campanhas genéricas que não as incluem deixam de fora um grande potencial de mercado.
E, além de atingir possíveis novos clientes, você conecta o público que sua marca já tem a causas que não fazem parte da realidade dele, conscientizando e incentivando outras marcas a se engajarem nessa busca pela representatividade no marketing, seja online ou offline.
Marcas que apostam na diversidade largam na frente
Algumas empresas já aderiram às políticas de diversidade para se manterem atualizadas e também mostrarem o valor dessa prática ao público, se destacando no mercado.
Aparecida Torrecilas, professora do curso de Publicidade e Propaganda, resgata a importância da reparação histórica para com esse público, que foi excluído e martirizado pela sociedade ao longo dos séculos.
Roberto de Figueiredo Rodriguez, CEO da Criativa Comunicação Integrada, considera a diversidade imprescindível. Em uma entrevista para o jornal A Gazeta, ele declara que ela é um valor fundamental para a sociedade moderna e que as empresas precisam se adaptar para suprir essa “nova” demanda. Afinal, isso interfere diretamente na maneira pela qual as pessoas veem a sua marca.
Já Sylviene Cani, diretora de criação da Aquatro Comunicação & Marketing, acrescenta que é preciso ir além do discurso (como comentamos anteriormente) e garantir a execução das políticas de equidade dentro e fora do ambiente de trabalho.
Além do mais, uma empresa composta por uma equipe diversa terá mais potencial criativo, por conta das diferentes vivências de cada indivíduo.
Mesmo que haja resistência interna e pressão externa, as políticas de inclusão da diversidade são fundamentais para que, um dia, possamos erradicar o preconceito de gênero, raça, orientação ou identidade sexual, tornando a comunicação e a sociedade como um todo mais democráticas.
Entre as marcas mais conhecidas que apostam na diversidade, estão:
E aí, você acha que está pronto para abrir novos horizontes e incluir a diversidade no seu negócio?